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Eu tinha dez dias quando fui deixada na porta da casa da família Benites e desse dia até hoje, eles ainda são a minha única família. Pois nunca tivemos informações dos meus verdadeiros familiares. Uma que nunca fui atrás deles, tenho meus motivos, mas sei que no fundo essa minha atitude foi egoísta, mas dói saber que você foi rejeitada e abandonada como um entulho na porta dos outros. Sei também que eles podem ter várias razões para esse corrido, mas mesmo assim nunca ninguém soube de onde vim e porquê me deixaram aqui. Mas meu aniversário sempre é meu pior dia, o dia que lembro de como cheguei aqui e como dói não ter sido amada por completo pelos Benites, pois às vezes acho que eles sentiram-se com pena daquela criança dentro de uma caixa de sapatos em sua porta. Que chorava de medo, fome, ou ele, o Senhor Fábio Benites, sentiu amor ao me pegar no colo e ver meus olhos azuis confusos e tentando entender o que era aquele lugar, o que era esse mundo.
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Capítulo I
- Está chovendo muito forte papai, estou com medo, mas vamos para o meu quarto e o senhor me conta uma história até eu dormir. Já que a mamãe está ao telefone na sala de jantar e o Rômulo jogando baralho com o vovô no escritório. E não quero que o senhor fique aqui na sala sozinho.
Disse Helena a seu Pai.
- Princesa vem cá.
Ele pegou Helena e a colocou nos braços e a beijou.
- Não tenha medo, pois essa tempestade vai passar; Vamos ficar aqui abraçados para o Lobomal não nos pegar.
-Aaaaaaaaaaaa
Helena grita e abre um sorriso para seu Pai.
- Ele está vindo! Olha o mal cheiro! Vamos nos esconder atrás do sofá!
Disse Helena.
-Auuuuuuuuuuuuuuu
O Pai uivava e eles riam abraçados.
-O senhor é o melhor pai do mundo, te amo paizinho.
Disse Helena.
-Eu também te amo muito minha princesa, mas agora suba e se arrume para dormir que já chego para contar a história de hoje.
Disse Fábio á filha.
E Ela desceu de seus braços e o beijou na testa.
Helena correu feliz e subiu as escadas em direção a seu quarto.
Fábio ficou parado observando a chuva pela janela.
- Parece que esse tempo não vai mudar pelo menos não mais hoje.
Disse Fábio.
- Filho, a nossa bonequinha está chamado você.
Disse o Senhor Vicente ao descer as escadas e ficar de frente a Fábio.
-Sim, eu disse a ela que iria subir para lhe contar a história de hoje, mas sabe quando você está aguardando algo e ao mesmo tempo sente medo pelo desconhecido e curiosidade pelo o que não se conhece?.
Disse Fábio.
- Não estou entendendo filho? O que está acontecendo? Pois você me parece preocupado.
Disse o Senhor Vicente.
- Deus está.....
Disse Fábio.
- Oi, Amor! Cadê Helena?
Disse Ester ao vir da sala de jantar com uma agenda na mão e o celular na outra.
Ela se aproxima de Fábio e beija em seus lábios e sentasse ao sofá.
- Nossa princesa está me aguardando para a história de hoje; E que por sinal já estou atrasado para o mistério da noite, será o gato que usa óculos, a vaca que canta, o macaco que toca violão, o pássaro que usa botas ou o cachorro que toca piano?.
Todos riram.
- Você é o melhor Pai do mundo!
E tenho muito orgulho de ter você ao meu lado e saber que os meus filhos estão em ótimas mãos. Pois são amados e muito por nós. Te amo, meu amor.
Disse Ester ao se levantar do sofá e abraçar Fábio.
- Se a Margarida estivesse aqui....Ah que saudades da minha esposa... Que saudades da minha companheira de anos.
Disse o Senhor Vicente com os olhos cheios de lágrimas ao ver Fábio e Ester abraçados.
- Pai, onde quer que a mamãe
esteja ela está o esperando, e está bem, sim, ela está. Deus está com a mamãe e ela está bem. Sei que a saudade é grande, mas onde ela está é o melhor lugar e um dia encontraremos com ela.
Fábio e Ester se soltam e abraçam o Senhor Vicente que começa a chorar.
- Eu creio meu filho.
Disse o Senhor Vicente.
Escritora : Kamilla Nogueira
Olá,
Você é muito importante, especial e amado!
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Muito obrigada, um abraço.
