Esses dias eu me peguei vendo alguns poemas meus antigos e também uns que eu gosto muito, ( lembro-me que sempre vinha ler eles e os cantava também, numa melodia que eu mesma fazia na hora, rindo e imaginando Deus fazendo uma cara, tipo, ok, eu te amo filha, mas não canta, que você não canta bem, outras eu imaginava Ele sorrindo muito e dizendo, deixa que eu canto, só escreve filha, outras eu imaginava a gente cantando juntos e minhas desafinações faziam Deus rir e muito, e eu mais ainda). Logo, foram uma mistura de sentimentos, tipo, " por que eu não sou mais essa pessoa", " nossa, que bom que eu evoluir", e várias outras coisas nesse mesmo ritmo, até porque eu comecei aqui com meus 16, 17 anos, uma menina que estava descobrindo o " mundo", agora com seus próprios olhos, anseios e escolhas, eu via muita coisa, mas não entendia nada, eu sentia muita coisa, mas não sabia nem um pouco expressar, eu queria muita coisa, mas eu não tinha voz pra nada. E de repente Ele faz morada no meu coração, Ele me mostra uma vida, um jornada, Ele acima de tudo, pela primeira vez, alguém diz que gosta de mim, como eu sou, como eu sou, e claro, isso me cativou, isso foi o início para uma amizade que mudaria literalmente a minha vida. E sim, eu sentir saudades daquela Kamilla que a sua maior prioridade era passar tempo com Deus, que amava sentar no chão do seu quarto e ficar olhando pela janela e cantando para Deus, escrevendo para Deus, que tinha Deus por completo no seu coração, mesmo ele tendo suas feridas e cicatrizes, ela tinha Deus acima de tudo e não cansava de mostrar isso a ele. Ás vezes, eu sinto falta disso, de ser essa pessoa, entregue, confiante, esperançosa, que um dia eu fui, mas eu também tenho aprendido tantas coisas, entre o que fui e o que sou, que às vezes eu suspiro e agradeço por ter chegado até aqui e sim, são muitas estações, são muitas fases e estados, meu coração não canta como antes, não é como antes e nunca mais será. Não, não o meu coração não está errado por ter decidido avançar suas cordas e se desligar de umas notas que o machucavam mais do que o animavam, não, não, a verdade é que eu aprendi a ser forte quando nenhuma força havia em mim, ser, não ser, o que fazer? Ah, Deus, tantas coisas mudaram desde a primeira vez que eu te vi, não, eu não sei, não sei te explicar se não for como sempre faço, a cada laço, eu desfaço um passo, a cada laço eu me lanço em teus braços, a cada laço eu construo uma página e essa história é a nossa marca. E só trechos soltos não vão passar a essência que eu quero trazer neste meu novo ciclo, não serão só poemas, mas alguns registros que a vida trouxe a minha e que a minha alma fez capítulos e mais capítulos, não, não serão só poemas, mas pequenas partes de um amor que nem o Amós e nem ninguém, jamais conseguiram medir o tamanho dessa história. Que se resume a minha história, eu sou essa glória, sou a história, eu sou Amós.
Escritora : Kamilla Nogueira
Imagem: Pinterest
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