Eu sei, eu sei que eu fiquei um bom tempo enrolando esse assunto, e não nego esse fato, e se isso te machucou, e sim, eu imagino que em partes, me desculpe, de coração, pois não era a minha intenção te machucar por atos tão fúteis como os meus ora ou outra. E sim, eu sei que talvez tenha sido em partes, porque você sabe sim muito bem sobre o meu coração e que muitas vezes ele só quer afundar aquilo que ele está sentindo lá no último poço e não mexer, não tocar, porque ele sabe que tudo ainda dói e dói em tudo. E sim, eu também sei que isso passa e muito longe de ser o melhor a se fazer, mas você sabe que eu não faço isso por maldade, é só na tentativa de anestesiar por um tempo tudo aquilo que se passa na fútil ideia de nesse espaço buscar entender os fatos e a gravidade do caso em mim, mas a verdade é que eu me afundo, e me afundo ainda mais e minto que estou esquecendo, mas estou me envenenando por dentro, revivendo tudo aquilo e cada vez mais entrando em um poço sem fim. E é um ciclo, já me vi presa lá por muito tempo, escondendo não ver o que eu estava nitidamente vendo e você gentilmente como sempre me estendeu a mão e eu vi luz ali dentro. Uma bagunça, muitos cacos, muitos buracos abertos e anestesiados por gases fingindo serem curados, muitas cicatrizes fechadas que ainda por dentro batiam e batiam, pra rasgar-se, que gritavam dizendo que ainda não tinham sido curadas, mas que foram obrigadas porque o tempo era aquele, não, não os meus sentimentos deviam ter o seu tempo, e eu tinha que ser forte, e se fechar, calar-se e o meu coração em silêncio no ciclo em que se colocou sozinho, e que nem era o seu posto. Amarrei-me em mim mesmo e quebrar as correntes foi como me quebrar por inteiro e eu lutei pra não ver o que eu sabia que eu tinha que ver, e era eu me colocando no poço, me afundando de mim mesmo, eu me esquecendo, eu deixando morrer os meus sonhos, eu deixando a minha vida ser uma marrionete, eu me deixando em cacos e em prateleiras, rasas, para ser aceita por " aqueles que eu jurava que me amavam", mais uma vez... eu me troquei por sorrisos falsos e te repudiei porque não concordou com meus novos atos que eram bons, sim eram, na minha cabeça, na prática eu apenas vi estragos e caligrafados com meu nome. Pois é, a conversa é longa, meu café está quente e acho que ainda dá tempo eu te escrever outros pontos, mas não estranha a ênfase, porque eu aprendi com você na última vez que nos vimos que ela mostra importância extra, e em tudo eu quero te contar os detalhes e os extra.....
Com carinho,
Escritora: Kamilla Nogueira
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