Cartas ao Espírito Santo

 


Eu não estou bem, é difícil falar isso, mas essa é a verdade e ontem quando eu chorava no seu colo, eu não tinha forças pra falar e nem queria trazer a tona todos esses nós da minha garganta. Mesmo sabendo que nós não temos segredo, que nós não temos vergonha um do outro, que não temos cerimônia pra falar um com o outro. Eu absorvi essas pautas cinzas, mas sei que os seus olhos perceberam a inquietude dos meus, mas ali eu só queria sentir o seu coração, ouvir a sua voz, chorar ali do seu lado, apenas. E foi o que eu fiz, nem vi as horas passarem, nem vi o tempo mostrar os seus sinais, nem percebi que adormeci ao seu lado e foi um sono de paz, de tranquilidade, de uma alma em casa, sem fardo, sem nada entre os seus dedos, mente, alma, nada.


Eu dormi ouvindo você cantar, minha alma gosta dessa conexão, dessa sintonia que a faz se sentir em um lugar longe e ao mesmo tempo perto de você. Eu dormi com os olhos cheios de lágrimas, o coração apertado de tanto nó que venho carregando, mas adormeci buscando aquietar aquelas inquietações do meu espírito, rasas, vagas e frias. Então, desculpa, desculpa, mas você sabe que eu não consigo mentir pra você e você viu nos meus olhos tudo o que eu não tive coragem de falar. Ah, tanta coisa, tanta coisa mesmo, os meus olhos têm sido fortes em esconder toda essa história dos outros, até porque eles não entenderiam os meus pensamentos disso tudo. 


Não, não, ninguém entenderia, ninguém decifra tão bem o meu sorriso alto e mais bonito, como um grito de socorro, um grito de liberdade, de fuga de tudo isso. Desculpa, desculpa, mas eu não sei o que é tudo isso e também  não sei mais levar o rumo disso com enfeites bonitos. Desculpa, a minha cabeça está cheia, pesada, a minha alma abafada, ferida, estou com medo, preocupada, com medo de tudo aquilo voltar. De me encontrar lá outra vez, não, eu não tenho forças pra reviver os meus pesadelos, não eu não tenho e também não quero. Minhas lágrimas em cima desse papel são frias, mas sinceras e eu não quero viver mais aquilo, não, eu não quero. Eu não aguento mais, eu não aguento mais, desculpa, o meu corpo não aguenta mais, sinto que fiz tudo que eu podia. 


Mas eu não consegui, talvez todo mundo sempre esteve certo, e eu deveria ter aceitado afundar em vez de tentar nadar pra viver tudo isso. Desculpa, tá doendo muito e porquê? Por que comigo? Por que sempre eu? Por que? Qual o meu erro? Qual o meu problema? Por que eu realmente estou aqui? Por que eu ? A minha alma grita, a minha alma grita, a minha alma grita… estaria mentindo se eu não te falasse isso tudo, mas agora e se eu parar de escrever você promete olhar pro lado, só para que eu possa corajosamente olhar pra você e te contar minuciosamente essa história… Porque os seus olhos assim me constrangem, tenho medo, confesso, gosto mais quando eles sorriem, mas eu também sei que preciso ouvir o certo, o necessário. Então, certo, agora do começo…..



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Muito Obrigada por estar aqui e fazer parte dessa história, com carinho, Kamilla Nogueira.


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Um Diário Virtual criado em 2014 e desde então venho compartilhando uma vida comum com recortes das minhas histórias, memórias e experiências de coração pra coração dessa  jornada chamada vida.







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