Aprendendo a Ressignificar



Você consegue ressignificar tudo? Ou melhor será mesmo que temos como chegar a esse nível?




2023, um ano que mais uma vez me deu aquela sacudida, e convenhamos é tão bom quando somos honestos com nós mesmo a ponto de reconhecermos que precisávamos dos ventos e das fortes marés vindas de repente e de várias direções, nos abraçando com os seus dilemas e nos mostrando com os seus porquês como a vida ainda é vivida em dias de turbulências. Ele ainda contribuiu me tirando da minha zona de conforto, mostrando que viver é ter sempre ao virar as esquinas da vida uma nova fase nos esperando para os fortes ou para os fracos, esses adjetivos são só nomes, porque apenas nós sabemos o que realmente somos e é vivendo que vamos renomeando os nossos próprios passos.Também me desafiou a viver de verdade, a ver a vida sem cortes, sem terceiros, a ser honesta com a minha jornada, a ser sincera com a minha realidade, me fez se arriscar em caminhos desconhecidos e fora da minha rota eu topei com coisas que eu achei estar bem resolvida, mas não estava tanto assim e tive que ter peito pra segurar firme o que batia de frente comigo. A coragem? Bom, ela estava lá, mas viver pede mais do que coragem, pede honestidade, principalmente aos meus princípios e objetivos, e não posso ser um personagem quando a minha vida pede um protagonista de carne e osso no jogo. Além do mais, também sentir medo, e isso não é fraqueza, me sentir pequeno e isso não foi indiferença, me sentir sem valor e isso não foi comparação, me sentir menosprezado e isso não foi ser humilhado, me sentir frustrado e isso não foi porque eu estava buscando perfeição, isso é só a vida, é só a vida nos ensinando a viver e a provar de gostos amargos nos moldando a não abrir mão dos nossos próprios passos em busca de caminhos perfeitos, sem erros, sem dores, sem tombos feios. Porque a vida é literalmente uma escola e sentir gostos amargos como esses também nos mostram como é bom ter a certeza dos nossos passos ( ou seja das nossas escolhas certas, mas essas também estão na mesa de questionamentos, afinal, é moldável essa realidade de certo ou errado). Até porque  isso não elimina as aflições, mas nos ajuda a caminhar melhor nesses espinhos, e é aqui que eu venho aprendendo a entender esse X todo, ou seja, a   ressignificar as coisas, justamente as que batem e machucam, as que vem sem datas de vencimento, as que vêm de lugares que nem sabemos onde se localizam no mapa, as que vêm fortes como pedras e nos deixam como cacos pela sala, as que vem com cara de passatempo e fazem morada, as que vem de quem não esperávamos e as que não temos como definir em nomes de tão genéricas que são ou melhor pesadas de carregar nos braços. No mais, esses rascunhos de busca não são caminhos retos, não são verdades absolutas, são apenas as minhas bagagens que conseguir colocar nomes, são apenas as minhas histórias que na busca por partes nas minhas memórias precisam serem mais claras para me entrelaçarem nessa jornada. A da vida, a minha consigo próprio, e está nesse processo de aceitar ressignificar até mesmo o que não achamos razões dói e é desconfortável, mas percebo que viver assim faz a vida ser leve ao mesmo tempo que é paradoxal entender tantas cifras. Além disso, daqui eu vejo a dor e ainda caso uma cor pra isso, daqui eu vejo o luto e ainda procuro um significado concreto e sincero pra isso, daqui eu vejo a saudade e busco nas minhas lágrimas e soluços uma palavra que defina o que não se pode ter nome fixo. Porque ressignificar é uma história que sempre tem mais histórias, não é um processo com pontos finais e sim com várias vírgulas, mas para quem se permitir correr os riscos, os riscos de se viver reaprendendo a se viver.  Logo, eu estou aqui nesse mapa cheia de pontos soltos prontos honestamente para embarcarem nesse campo e ganharem uma nova vestimenta, não como marca de fraqueza, mas de força. Porque para ressignificar precisa ter coragem, coragem de aceitar outras cores para o que um dia nos seus olhos ganhou outros sabores, estou aqui me permitindo aprender por inteiro esse novo recomeço  e se há um final nesse jogo eu não sei, pois ainda estou nos níveis básicos, mas por mais fundo e desconfortável que seja estar nessa vulnerabilidade toda, eu escolho permanecer e aprender com os novos significados e a ver ainda mais beleza na dádiva de se viver e de se reinventar quantas vezes forem necessárias neste jogo, o da vida com a gente mesmo. Porque ressignificar não é apenas trocar os nomes das coisas, mas é um processo cheio de partes que cada vez mais se reparte, mas que em cada traço que faz na gente e fora da gente  deixa seu sentido e significado, mas isso é para os dispostos a se arriscarem pelo risco de viver de verdade, pois a vida pede alto por isso mesmo que seja em ondas baixas. E assim eu vejo que ressignificar não é opção e sim necessidade e eu me arrisco nos riscos desconhecidos sem cor pra  se permitir viver reaprendendo a se viver. 





Com carinho,


Escritora: Kamilla Nogueira



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