Eu adoro os finais de semana, muito mesmo, porque é neles que posso fazer todas as minhas " danações", como diria a minha mãe. Mas no geral, passo a semana " sem respirar", com tantas atividades na agenda como balé, piano, violino, aula de francês e o curso de desenvolvimento social e sustentável que iniciei há poucos meses. Porém, reclamar seria um erro, porque amo tudo isso, amo me ver realizando todas essas atividades, mesmo que às vezes eu nem consiga dormir direito pensando nelas no outro dia. Porque tudo isso me faz tão bem, tão bem mesmo, que às vezes quando penso que elas vão " findar", me bate uma enorme tristeza, mas até então vou seguindo aproveitando cada momento, cada aula, cada aprendizado. Pois sei que melhor que aprender, será valorizar tudo isso, começando pelo espaço, até às pessoas, e tudo são inesquecíveis, sem dúvidas, sou contemplada por muitas dádivas. Como já mencionei, isso tudo já é parte de mim, sabe , e me faz tão bem estar nesses locais que mesmo muitas vezes a minha cabeça não estando " boa", consigo uma paz ali, ali nas atividades, porque elas me fazem bem de verdade. Com isso já projetei para assim que terminar essas atividades iniciar novas, de laços semelhantes, outras de personalidades diferentes também, porque gosto de abraçar de tudo um pouco, acho até que o meu gênio forte é amigo de tudo, porque tudo em mim " pega bem", e graças a Deus por isso, não é mesmo!?. Mas hoje aconteceu uma situação constrangedora, Aurora, na verdade, ainda acho que a situação constrangedora foi gerada por você mesmo. Então, vamos ignorar essa parte, pelo menos por enquanto, mas na aula de violino, entrou um rapaz, acho que ele é da turma três, porque sou da um, e ele não faz parte da minha equipe, mas como tem um horário que todo mundo fica junto, ele se reuniu com a gente nesse exato momento. Aí fiz um pequeno cálculo depois com as minhas fontes ( nossas próprias paranoias) e elas me confirmaram que ele era novato, e da turma que já tinha eu imaginado. Pois bem, o professor Cláudio, colocou ele do meu lado, nessa hora eu gelei, não sei explicar o porquê, mas fiquei toda sem jeito ali com o rosto vermelho, às minhas pernas ficaram inquietas e até para segurar o violino foi um pouco torto, mas dei aquela disfarçada, até porque eu não sabia o motivo de minha pessoa estar agindo daquele modo. ( Ok, estou mentindo, pra você eu preciso ser sincera, ele era muito bonito, me sentir constrangida com tanta beleza, meu coração bateu muito forte, eu comecei a suar, e com certeza o meu rosto ficou da cor de sangue, porque ele adora fazer isso nas horas mais importantes da minha vida). Mas como já tenho aprendido no Balé, faça o seu show mesmo tímida, então, respirei fundo, peguei o violino e continuei na apresentação. Ignorando o fato de que eu estava estranha e com o rosto extremamente vermelho. Porém, enquanto todos nós estávamos tocando eu levemente olhei, tudo bem, eu confesso, eu olhei várias vezes, pra ele, e vi que ele não estava seguindo a nossa sintonia, na verdade ele estava parado, apenas observando tudo. Daí eu pensei em ser uma alma samaritana e fazer algo bom, sabe, por favor não nos deixa fazer mais isso, combinado?. Mas aí eu tive um leve surto de inteligência, ouvi? Não, ignorei como sempre, e pensei, ele é novato, não deve saber, então, parei de tocar e perguntei se ele queria minha ajuda. Esse é o nosso momento constrangedor, porque ele sorriu, agradeceu, e disse que era filho do Cláudio, o meu professor, que tinha vindo apenas para contemplar as aulas, mas sabia de tudo. Dei um sorriso para ele meio sem jeito, peguei o violino, de rosto mais vermelho que tomate, com uma vontade enorme de chorar, respirei, olhei pro caderno e voltei a seguir às notas musicais, mas bem que você podia ter ficado calada né Aurora, mas tudo bem, não tenho culpa do meu coração ter imaginado nessa ajuda uma oportunidade de arrumar um par pro nosso baile de formatura na próxima sexta-feira. E o pessoal? todos viram né, esse meu rápido flertar, de olhares uns pros outros com risinhos bobos no rosto a aula seguiu até às oito. Mas e se eu ainda convidasse ele? Ué, já passei vergonha mesmo, nada poderia ser pior que um não, né?!. Ok, hora de parar de escrever, até amanhã diário.
Com carinho,
Escritora: Kamilla Nogueira
0 Comments:
Postar um comentário