Nome: Auto de São Lourenço
Autor: Pe. José de Anchieta
Tipo: Auto
Olá, amados!
Como uma amante fina da Literatura Clássica, este livro e outros deste autor estão na minha lista de “ leituras obrigatória rs”. E eu fiz essa leitura recentemente e vim compartilhar com vocês as minhas impressões, então vamos lá. Primeiramente, este livro veio do pacote “ de estantes”, e se você é novo lendo isso, quer dizer que alguém não quis mais e passou adiante, o que chegou até mim. Além disso, de forma geral, é um livro curto, básico de símbolos e afins, tanto nas páginas, como na parte da frente e atrás dele. Por sinal, no fim, tem mais referências sobre o contexto da obra, ou seja, o período literário, como outros autores e contextos desse campo da literatura. Também chamou muito a minha atenção, que no final tem alguns trechos da obra recém lidas com rápidas explicações literárias, como também alguns padrões do autor. Em segundo lugar, apenas pelo título já percebemos do que a obra se trata, é um auto, algo escrito para ser uma peça teatral, que provavelmente remete a ideia de ser uma doutrina como Anchieta já trazia vestígios disso em outras obras suas. Sendo assim, deixa muito visível o seu posicionamento, de catequização, onde ele mistura traços Indígenas, aos dogmas Católicos, com um viés educativo, mas com humor às peças. Por fim, apesar desses posicionamentos que mencionei, O Auto, também traz uma visão Maniqueísta, com alusão a uma grande obra da literatura também, O príncipe de Nicolau Maquiavel. Onde a importância da crença na fé tem um papel de choque de dualismo, mas o bem sempre vence o mal. Um outro detalhe, é que ele fez facilitar essa “ compreensão doutrinária “, em vários idiomas, para ter sua mensagem com sucesso, ainda naquela época por sinal, pois ele sabia vários idiomas locais. Também é nítido, que a obra é em versos, que ainda nesse período eu sinto um ar das influências trovadorescas aqui, por ter essa possibilidade de “ cantar os textos “. No entanto, as descrições ganham muita forma e papel nessa obra, o que por sinal, gosto muito e achei importante também, já que é uma obra “ para encenação “, e facilita até na hora da criação desse universo na nossa imaginação. Contudo, foi uma leitura boa, divertida e muito rica de informações, e antes que você pense que estou esquecendo algo rs, temos sim vários personagens, e todos são importantes, o centro é a catequização, esse choque de fé, de fazer os indígenas verem a “ fé de Anchieta como o caminho certo a se seguir”. Mas gostei da construção, das referências a bíblia, da forma como ele soube fazer essa obra, muito bem escrita, apesar de ser um tempo onde a população era alienada a essa cultura portuguesa, a obra é muito bem direcionada e traz pontos interessantes até de refletirmos sobre as nossas culturas e raízes, assim como nossa fé, hoje em dia. Por fim, eu dou 10 de 10, para essa obra, muito boa, muito bem escrita, apesar de tudo ser “ comum, básico e já esperado “, ele surpreende pela forma como esse auto é percorrido, muito bom mesmo.
* Conteúdo acima particular vinculado a minha opinião sobre a leitura e não uma ideia concreta do produto em si *
Escritora : Kamilla Nogueira
Imagem : Google
Com carinho,
Escritora: Kamilla Nogueira
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