Às vezes eu queria que tudo isso fosse só um pesadelo, e não, eu não falo isso com ingratidão, você sabe que não falo, pois os meus olhos quando encontram os seus não escondem nada, eles revelam nos gestos, nos detalhes tudo que aqui dentro de mim se passa. Apenas em rápidos contatos visuais, você já sabe, você já conhece todo o meu interior apenas ao olhar os meus olhos verdes claros. Mas eu ainda não sei o que é tudo isso, não entendo tudo isso, eu já chorei raivosamente, por me sentir assim, porque eu não queria que visse que eu estou sem entender esses ciclos, que nunca mais sorrir verdadeiramente, que o amor que eu carregava, tão esperançosa, se esfriou, está estranho, com gosto de fel, que me entrelacei a sentimentos escuros, que ocultam os puros que eu tenho. Que me vejo sem fé, pensando coisas angustiantes e tristes a cada milésimo de segundo que respiro. Se isso tudo é real eu realmente estou afundando, afundando muito, que a minha capacidade de entender e agir já se perdeu nessas fortes profundezas que me arrastam pro fundo. Logo, o medo e as inseguranças acharam portas e agora mostram suas próprias vozes. Não, eu não quero afundar, mas eu estou, e aqui no fundo é tudo frio, eu ainda vejo tudo, mas não sinto mais nada, e eu vi você lá. Eu também vi você quando tudo isso começou, eu vi você em tudo que se passou e mesmo o cinza cercando a luz eu vi você, eu vi, você me viu, eu te vi, nos vimos constantemente. E eu não quero te perguntar um porquê, eu não preciso, eu te conheço, eu sei quem você é, mas eu ainda não sei direito o que é a vida, o que é tudo isso que se entrelaça a ela e faz a gente sentir bem, mal, sentir a vivência em si com desconfortos que fazem a nossa alma gritar em lágrimas. Eu apenas queria acordar desse pesadelo que parece não ter estradas mais e voltar ao comum, ao primeiro. Mas nos seus olhos eu vejo que é sim tudo real, eu estou sim aqui, eu estou sim aqui vivendo isso, é real, tudo é real, e eu não posso mentir. Eu queria me afundar aqui, sim, eu sou fraca mesmo, sempre soube, desculpa, mas você também sempre viu em mim esses traços. E…se eu subir e tentar achar uma porta boa nesse pesadelo? E…se eu ainda puder ver eles sorrindo? Eles vão ficar bem? Eu consigo fazer algo bom por eles ainda? Eu não sonhei com o fim, então, esse mar não será o meu. As minhas lágrimas se encontram com essas águas, eu sinto as suas caindo também, eu consigo, eu vejo você lá em cima, meus pés tem terra, eu também estava lá, eu vejo, eu ainda sinto. E não é um pesadelo, as luzes vermelhas brilham, te vejo na porta, e eu ainda posso fazer algo, todo mundo aqui também. Você está sorrindo para mim e eu sei que eles não entendem esse raciocínio, mas eu e você sim, estou indo novamente ao hospital e essa blusa está bonita, ganhei há três anos atrás, acredita?. Mas como é bom se sentir viva para buscar viver, o medo ainda está aqui e dessa vez não é escondido entre as lentes e as expressões rápidas, e a minha fé também passa nessa sala, mas escancara o meu coração e eu sinto batendo forte, fortemente a certeza que tu ainda está cuidando de tudo, eu confio, eu confio sim, Espírito Santo. Mas também não se esqueça, eu ainda sou uma humana aprendendo a viver, aprendendo a sobreviver, aprendendo sobre eu mesma, e se eu toda vez puder olhar para os seus olhos e achar Ele, Ele que tanto amo e que juntos não me sinto peça, mas sim completa. Eu afundo, eu me lanço no mais profundo do mar, pra aprender, pra entender tudo o que precisa ser, seja bom, seja mal, eu não sei, não entendo ainda essas questões direto. Mas eu vou, vou verdadeiramente por Ele, não sei também explicar esse amor, mas Ele me ama e me faz amar mesmo quando eu estou em confusão. É Ele, por Ele e para Ele, é a minha vida, eu sei, eu sinto, esse mar eu já conheço, eu sei que já vi águas assim, eu sei....
Com carinho,
Escritora: Kamilla Nogueira
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